Brasil-Colônia: Dividir para Saquear
Você foi programado para brigar por migalhas, enquanto é roubado por quem te distrai.
Você foi meticulosamente programado para odiar a “esquerda” ou a “direita”. Foi condicionado para enxergar “comunismo” e “liberalismo” como polos irreconciliáveis de um combate épico pela alma nacional. Essas dicotomias, porém, são o mais eficaz algoritmo de controle já implantado na psique coletiva, criadas para “dividir para saquear”.
Enquanto você briga, o Ministério da Economia atual (sob um governo autointitulado “progressista”) segue a lógica de todos os governos anteriores e doa R$ 617 bi/ano a bancos via Selic – equivalente a 10 usinas de Itaipu entregues anualmente ao sistema financeiro. Sinta esse peso no seu bolso: são vinte mil reais sugados por segundo da nação. Observe a coreografia do saque: quando um governo “patriota” entrega Alcântara aos EUA sem transferência tecnológica ou contrapartidas financeiras ou vende um conjunto de estatais pelo mesmo valor que elas davam de lucro por ano, repete-se o gesto do seu contraparte progressista.
Trace num mapa as rotas das nossas riquezas estratégicas. Você verá linhas retas ligando o lítio de Minas ao Vale do Silício, o nióbio de Araxá aos laboratórios da Lockheed Martin, o pré-sal aos cofres da BlackRock. São as mesmas veias abertas desde 1808, quando o Banco do Brasil foi criado para pagar dívidas a Londres, não para nos industrializar. Sob Lula, controle estrangeiro de Google, Microsoft e Amazon sobre o Programa de Data Centers; sob Bolsonaro, a TAG (Transportadora Associada de Gás) é vendida por US$ 8,6 bilhões à francesa Engie e a Petrobras passa a alugar os dutos que antes eram dela.
Fato é que nenhum presidente escapa ao cárcere do rentismo internacional. Qualquer que seja o gerente da colônia, ele segue o script escrito por Wall Street: está decidido que o Brasil será eternamente um “commodity state”. Como no Pacto de Cambridge (1942), onde Roosevelt exigiu de Vargas nosso minério para a Segunda Guerra em troca de uma siderúrgica, inaugurando a lógica perversa onde damos recursos vitais, recebemos esmolas industriais.
Os exemplos abundam! O REPEN (Regime Especial de Perfuração do Pré-Sal) foi criado por Lula em 2010, mas usado por Temer para entregar reservas à Shell e Total, e o PRODES (Programa de Desestatização) foi relançado por Bolsonaro em 2019 para vender Eletrobras, BR Distribuidora e até dados do SISREG do SUS. O “operário do povo” privatizou 2.500 km de estradas e portos estratégicos via PPPs, em um modelo que transferiu lucros a fundos canadenses e prejuízos ao erário. E o “capitão patriota” leiloou blocos do pré-sal à TotalEnergies por migalhas enquanto o BC elevava juros a 13,75%, presenteando bancos com R$ 400 bilhões/ano em títulos públicos.
Aqui o segredo sujo: nossa divisão política é o combustível desse saque. Enquanto duelamos por fantasmas ideológicos, estamos distraídos do fato de que o atual ministro (esquerda?) mantém juros que transferem R$ 617 bi/ano a grupos financeiros internacionais e o anterior (direita?) congelou os investimentos em ciência por 20 anos com o Teto de Gastos, mas desonerou lucros de holdings offshore. Reconhece este padrão? Acorde para a coreografia do saque!
São os escritórios de Wall Street que decidem se nossa dívida pública renderá 10% ou 12% aos especuladores, condenando gerações à servidão financeira. A pergunta não é quem governa, mas para quem governam. A resposta carrega o cheiro denso do sangue do nosso povo, em cada contrato de mineração assinado com cláusulas de arbitragem internacional, cada porto concedido à Maersk, cada jato da FAB abastecido com querosene pago em dólar inflacionado. Não somos mais uma nação, somos uma colônia com bandeira e brasão, e nosso hino é cantado em notas promissórias.
Sob o jugo de agências de rating e do FMI, replicamos o mesmo ritual com o lítio e o nióbio. O resultado corta como o chicote do algoz. Controlamos apenas 18% da cadeia do lítio que extraímos. Canadenses lucram US$ 15 bi/ano com nosso nióbio. Vendemos minério bruto, compramos iPads. Exportamos soja in natura, importamos óleo de cozinha. Somos a mina e o ferro-velho do mundo.
Henry Kissinger avisou que “quem controla o petróleo controla as nações, quem controla os alimentos controla os povos, quem controla o dinheiro controla o mundo”. Nossa tragédia é que entregamos os três. O petróleo do pré-sal vai para dividendos de acionistas estrangeiros, nossos alimentos enriquecem tradings como Cargill e Bunge e nosso dinheiro escorre por juros e remessas de lucros. E enquanto Kissinger falava, o Banco Mundial escrevia o Relatório 1972, ordenando o desmonte da indústria latina.
Hoje, o neto de Kissinger compra nosso nióbio em um app do iPhone, enquanto nós gastamos 327 horas discutindo banheiros unissex na Câmara, e zero horas investigando por que 89% do nióbio é exportado bruto. É que para nós, resta o consolo patético de brigar por ideologias importadas, arremedos de direita e de esquerda impostos por via de uma cismogênese. Somos uma colônia que discute as cores das bandeirolas enquanto é saqueada.
As elites espoliadoras e seus ressonantes locais falam em “investimento estrangeiro” com a solenidade de um hino sagrado. Mas cada tonelada de nióbio extraída de Araxá – metal raro que torna turbinas de foguetes e smartphones – é vendida a US$ 40 mil e volta como componente eletrônico importado a US$ 12 milhões. A diferença? Paga juros aos fundos abutres como a BlackRock e PIMCO que especulam contra o Real nos mercados futuros de Chicago, onde 97% das negociações de commodities brasileiras são controladas por traders estrangeiros. RESPIRE FUNDO: enquanto você inspirou e expirou, Larry Fink lucrou US$ 2.850 com as oscilações artificiais do Real.
Cada hectare de soja plantado no Matopiba gera lucros que financiam think tanks como o Atlantic Council, que produz estudos que criminalizam políticas industriais como “populismo fiscal”, enquanto elogiam desindustrialização como “inserção inteligente nas cadeias globais”. Numa alquimia perversa, transformam nosso minério e nosso solo em armas contra nossa própria soberania.
Esses mesmos think tanks impuseram sobre as nossas mentes e corações a mentirosa agenda do livre mercado, sensibilizada por meio de uma avalanche de notícias sobre corrupção, demarcada de uma maneira tal que produziu a percepção de que somos todos corruptos e incapazes de gerir nossas próprias riquezas. Por isso, a solução seria a priorização da abertura indiscriminada de mercados, a privatização de recursos estratégicos e a subordinação do Estado aos interesses de corporações transnacionais. Afinal, os grandes fundos internacionais possuem nossos melhores interesses em vista, e estão ocupados por gestores muito honestos, certo?...
Livre mercado é uma prisão. O resultado é o desmonte e a entrega do país a interesses estrangeiros, destruindo a capacidade do povo decidir seu futuro. Enquanto as potências globais são TODAS PROTECIONISTAS, o Brasil é pressionado a abrir mão de sua soberania em nome de um “liberalismo” que só existe para os mais fracos. Sob o véu da liberdade, essa ideologia escraviza nações ao capital especulativo e condena gerações à servidão moderna.
A verdade foi tirada de nossos livros didáticos, mas os mapas minerais gritam: o Brasil não é pobre; é a maior colônia de saque do século XXI. Nosso crime geológico foi nascer sobre 20% das reservas mundiais de lítio (a gasolina da revolução verde), que empresas canadenses como Sigma Lithium exploram sob isenções fiscais, enquanto nossa indústria de baterias importa células da China. Outro pecado é possuir a Amazônia, termostato global avaliado em US$ 317 trilhões por seus serviços ecossistêmicos e controlada por OnGs estrangeiras. E o maior potencial de energia renovável do planeta (solar, eólica, hidro, biomassa), capaz de alimentar indústrias verdes e sabotado por um modelo que exporta eletricidade embutida em alumínio bruto e importa painéis solares.
Nossa abundância se tornou uma maldição geopolítica. Despertou a hidropisia predatória do capital especulativo, em um modelo de extrativismo cognitivo onde cavamos minérios com trabalhadores terceirizados em risco, como em Brumadinho, enquanto a elite internacional monopoliza a criação de valor patenteando 94% das tecnologias de baterias de lítio e fundos soberanos noruegueses compram ações dessas patentes com dólares gerados por... nossa matéria-prima.
Repito: somos a fazenda e o ferro-velho do mundo. Para perpetuar este mecanismo, a atual arma mais eficaz é a chamada cismogênese, a imposição de uma divisão artificial no seio da sociedade, operada na modalidade de uma guerra neocortical que controla as reações de ambos os lados de um espectro político fabricado, a partir da sensibilização de medos e angústias antropológicas, transformando o Brasil em campo de batalha psicológica onde irmãos se tornam inimigos existenciais numa sangrenta guerra civil de natureza híbrida.
Estes medos antropológicos – da dissolução tribal, da perda da identidade, da invasão cultural – são suscitados como ferramenta dessa engenharia do ódio, amplificados no ambiente confinado das redes sociais, mas que partem daí para pautar toda a imprensa nacional. O resultado é uma neurose coletiva fabricada, como o “comunismo devorador de famílias” para uns e o “fascismo genocida” para outros. Guerra fratricida que divide para saquear.
Esta é a engrenagem diabólica: nossa divisão é o alicerce do saque. Enquanto odiamos o “outro lado”, ignoramos que o agronegócio bolsonarista depende de insumos chineses, as estatais petistas pagam dividendos a acionistas estrangeiros e ambos os projetos alimentam o mesmo Dólar SWIFT que drena nossa soberania.
A estratégia opera por uma dupla perversão: primeiro, convence o brasileiro de que seu ódio é autêntico e revolucionário; segundo, faz a vítima defender os grilhões que a prendem. Quando um petista e um bolsonarista se digladiam nas redes, ambos servem ao mesmo mecanismo de extração de dados que alimenta os fundos abutres. Sua indignação se converte em commodity, como demonstra o caso Cambridge Analytica. Quando você ouvir as palavras “esquerda” ou “direita”, se pergunte: “Quem está lucrando com essa briga?”. Porque enquanto queimamos energia neural em falsas guerras, a norueguesa Norsk Hydro drena a energia elétrica subsidiada para produzir alumínio primário no Pará – produto que exportamos bruto e reimportamos como panelas da Suíça.
Agora, caro leitor, feche os olhos por um instante. Convoque imaginativamente seus 16 bisavós - portugueses que desbravaram nosso continente, indígenas que leram estrelas por sobre as nossas montanhas, africanos que forjaram ferros nas senzalas, imigrantes que sulcaram a terra com esperança. Imagine que você os entrega uma pepita de lítio ainda úmida do solo brasileiro. Sinta o peso do minério em suas mãos transgeracionais. Agora, ouça os conselhos dos seus bisavós como um coro ancestral que ecoa por sua alma: “Transforme nossa dor em torque de foguete, nosso lamento em semicondutores! Este mineral é o carvão da nova Inconfidência!”. Sinta o mineral pulsar: não é pedra, é bateria ancestral carregada de latência de liberdade.
Aqui reside a arma definitiva que temem que descubramos: o poder da unidade nacional, vetor da nossa grandeza aguardada. Romper com a matrix cismogênica exige mais que denúncia: demanda reconstruir o imaginário brasileiro. Uma nação não é território – é comunidade de destino, como definiu Benedict Anderson. O Brasil que nos roubam diariamente aguarda além do holograma. O resto é diversionismo.
Se há esperança, ela começa ao nomear o inimigo real: a aliança entre o capital rentista internacional e seus gestores locais. Os gestores da BlackRock (US$ 10 tri) não têm bandeira nem pátria: seu QG é um algoritmo em Delaware que determina o juro da sua hipoteca e o preço do nosso nióbio. Eduardo Bartolomeo (CEO da Vale) é tão “brasileiro” quanto Larry Fink (CEO da BlackRock). Ambos têm green card e contas em paraísos fiscais. Sua lealdade é ao lucro, não ao território.
Em vez de esquerda vs. direita, tracemos a linha divisória entre os que lucram com o Brasil-colônia e os que lutam pelo Brasil-potência. Pois desde os amotinados no Morro do Castelo (1821), a verdadeira divisão ideológica do Brasil é entre #Entreguistas vs #Nacionalistas. Uma vez que você viu a máquina, não pode desver. Cada notícia, cada discurso, cada juro absurdo, agora confirmará a coreografia do saque e a conivência dos entreguistas. Use essa nova visão não como fardo, mas como sua bússola. Sabendo que este é apenas o primeiro mapa. Há outras coordenadas a decifrar, outras batalhas a travar, uma vez que a mente estiver livre. Se pergunte diariamente: “Hoje alimentei #BrasilColônia ou #BrasilPotência?”.
Lembremos que em 1941, Vargas criou a CSN sob protestos de “ser inviável”. Engenheiros brasileiros, usando minério de Itabira, desenvolveram fornos que hoje abastecem a indústria aeronáutica. Esse é o nosso maior legado: quando unimos recursos e intelecto, viabilizamos o impossível.
Temos todas as peças para liderar a transição ecológica. Nosso lítio e a nossa energia solar produzirão as baterias para armazenar energia limpa, que será a “Petrobrás das Baterias”. Ao invés de vender a madeira amazônica, usaremos a biodiversidade da floresta como banco genético para bioindústrias soberanas. Usaremos os royalties do pré-sal para financiar pesquisa em combustíveis do futuro. E transformaremos o Cerrado no celeiro de proteínas vegetais de altíssimo valor agregado.
Como ensinou Darcy Ribeiro, “o Brasil é a última nação descolonial dotada de massa crítica para reinventar o humanismo”. Mas para isso, o mapa mental do nosso povo precisará ser reescrito, colocando a soberania como eixo norteador das nossa ideias e reconhecendo que só a unidade nos liberta para o pensamento estratégico.
Para forjar o mapa do Brasil liberto, a tríade sagrada da cruz, da espada e da enxada será nosso escudo contra a cismogênese. Unidos, agro e artistas, militares e quilombolas, evangélicos e indígenas, resgataremos o destino profetizado: nascemos para ser o Império Solar dos Trópicos. Seremos os artífices de uma nova consciência que inverte equações, ressignifica limites e transforma vulnerabilidades em vantagens cósmicas. Esta revolução não começa nas ruas, mas nas sinapses: exige que cada um de nós realize a jornada interior de descolonizar a própria mente. Quando superarmos os hologramas ideológicos, veremos que o novo homem já habita nosso cerne, à espera do chamado. Quando a última reserva for saqueada, soarão dois sinos: um de luto para os colonizados, outro de glória para os que ousaram ser pioneiros. Qual deles nossos netos ouvirão?
Não estou oferecendo uma revolução, estou reativando um destino. O sangue dos inconfidentes pulsa quente em nossas veias. O Brasil-Potência não é profecia, é herança a ser conquistada. Nossa vitória será escrita na alquimia definitiva que transformará o saque em soberania, a divisão em nação, e o Brasil-colônia no farol que guiará o Sul Global para a multipolaridade e a era pós-ocidental. A hora é agora: desliguem os ruídos, reconfigurai vossas mentes, tomai vosso lugar na história. Os piratas apostam que seremos eternos colonos. Que nossas ações provem que somos os engenheiros de um novo tipo de Império: aquele que liberta em vez de escravizar!
P.S.: Enquanto você lia isto, 54 toneladas de nióbio brasileiro cruzaram o Atlântico num navio grego. Seu ódio político alimentou o algoritmo que lucrou com isso. #AlquimiaNacional começa quando você transforma indignação em soberania. #BrasilColônia vs. #BrasilPotência
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ESTE TEXTO É UM VÍRUS. REPLIQUE-O NAS VEIAS ABERTAS DAS REDES. Compartilhe com 1 pessoa que ainda acredita em esquerda vs. direita. A rede de descolonização mental começa AGORA.
Eita que o menino está afinado, todos os chamados políticos, mas então " bobos da corte " , que estão brincando de boa vizinhança, vestem, como agora o terceiro ator que interpreta o presidente, julga trabalhar para ganhar o seu, ignorando que as ações geram consequências. Ninguém é culpado de suas escolhas, apenas seus lábios criaram uma falsa realidade.